terça-feira, 15 de julho de 2025

Biblioteca escolar aberta no intervalo da hora de almoço: Sim ou Não?

As bibliotecas das Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico devem estar facilmente acessíveis a todos os seus potenciais utilizadores, em horários de funcionamento ajustados às suas necessidades, incluindo os intervalos da manhã ou da tarde e pausas para almoço. 

No 1º Ciclo, os alunos não têm tanta autonomia fora do horário escolar para aceder a outras bibliotecas (municipais, escolas sede dos Agrupamentos) e muitos não têm livros em casa ou sequer um ambiente propício à leitura.

Possibilitar a abertura em horários alargados corresponde a garantir um acesso efetivo aos livros e às atividades promovidas pela biblioteca. Permitir que os alunos decidam livremente entrar na biblioteca nos intervalos respeita a sua autonomia, tornando a leitura uma escolha pessoal, não uma tarefa imposta. 

O tempo disponível, a liberdade e a motivação intrínseca para visitar a biblioteca nos tempos de pausa letiva são cruciais porque podem ajudar a fomentar hábitos de leitura. Alguns autores evidenciam que crianças com acesso autónomo e frequente à biblioteca têm maior prazer na leitura. Bons leitores são, em geral, estudantes interessados e empenhados, o que constitui um sinal precursor do sucesso académico.

As bibliotecas incentivam hábitos de leitura, essenciais para a aprendizagem, para a compreensão dos conceitos, para o desenvolvimento do vocabulário, da escrita, da curiosidade, da imaginação e do sentido crítico.

Maximizar o acesso amplifica o valor educativo da biblioteca e oferece alternativas inclusivas para alunos que não têm atividades extraescolares ou outras oportunidades de lazer ou enriquecimento educativo. Isto é especialmente importante em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária, onde a escola é muitas vezes o principal local de socialização positiva e inclusiva e de acesso ao conhecimento e à cultura.

Além disso, manter a biblioteca aberta durante a hora de almoço garante um espaço educativo, com acompanhamento, onde os alunos após a refeição podem ocupar construtivamente o tempo livre com leituras, jogos educativos ou atividades orientadas. 

A biblioteca escolar não é só um depósito de livros. Deve ser um espaço acolhedor e inspirador, um espaço de encontro, partilha, entretenimento e construção de conhecimento, com atividades que incentivem o envolvimento dos alunos.

Ampliar o tempo de acesso às bibliotecas escolares do 1º Ciclo do Ensino Básico é uma condição necessária para o garantir o direito à cultura e a uma educação de qualidade.


José Luís Carvalho
Professor do 1º Ciclo

domingo, 29 de junho de 2025

Adelaide Cabete - uma mulher à frente do seu tempo

Adelaide Cabete (1867–1935) foi uma das figuras mais marcantes do feminismo e da medicina em Portugal. Nascida em Elvas, de origem humilde, iniciou os estudos aos 23 anos, já casada, concluindo o curso de Medicina em 1900 com uma tese pioneira sobre a proteção das mulheres grávidas pobres. Foi uma das primeiras médicas portuguesas e destacou-se como obstetra, ginecologista e higienista.

Republicana convicta, feminista e defensora dos direitos das mulheres, fundou o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas em 1914, promovendo o voto feminino, a educação e a proteção da infância. Lutou pela criação de maternidades, pela licença de maternidade e pela melhoria das condições de vida das mulheres trabalhadoras.

Foi também ativista em várias causas sociais, incluindo o combate à prostituição e ao alcoolismo. Em Angola, continuou a sua missão médica e educativa. Usou a ciência como ferramenta de transformação social, defendendo a igualdade de género como base de uma sociedade mais justa e saudável.

Faleceu em Lisboa, a 19 de setembro de 1935. Em 1995, foi agraciada a título póstumo com a Medalha de Grande Oficial da Ordem da Liberdade, reconhecendo o seu legado humanista e feminista.

A sua vida foi um exemplo de coragem, altruísmo e dedicação ao bem comum, sendo hoje reconhecida como uma das grandes pioneiras da cidadania e dos direitos humanos em Portugal. (Rodrigues, Coelho, Brandão & Zholtsikava, 2023)


Por deliberação do Conselho Municipal de Educação de Elvas, o Agrupamento de Escolas nº1 de Elvas passa a designar-se Agrupamento Adelaide Cabete.

Vídeo de Maitê Proença sobre Adelaide Cabete:


Bibliografia:
Rodrigues, J., Coelho, A. B. D., Brandão, L. C., & Zholtsikava, V. (2023). Adelaide Cabete: uma pedra angular na construção da humanidade. European Review of Artistic Studies, 14(2), 87–104. https://doi.org/10.37334/eras.v14i2.297

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Novos nomes para os Agrupamentos de Elvas

O Conselho Municipal de Educação de Elvas aprovou a nova designação dos três agrupamentos do concelho de Elvas. O Agrupamento nº1, com sede na Boa-Fé, passa a designar-se Agrupamento Adelaide Cabete; o nº 2 passa a chamar-se o Agrupamento Santa Luzia; e o nº 3 Agrupamento D. Sancho II.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Revista Perspetiva veio conhecer o projeto Ludorrecreios

Ontem, durante o intervalo da manhã, recebemos a visita de duas simpáticas jornalistas da revista digital "Perspetiva", a Ana Martins e Sónia Rodrigues, que vieram conhecer as atividades que desenvolvemos nos recreios.

Nós, os alunos do 3º ano, que fazemos parte da "Ludorrecreios Dance Company", atuámos para as jornalistas dançando a coreografia das canções Waka Waka This time for Africa e Follow The Leader Dance. Elas fizeram a seguinte reportagem:

https://www.perspetiva.com/regional/ludorrecreios-intervelos-que-educam-nas-escolas-de-elvas

Também publicaram muitas fotos no Facebook:

sábado, 21 de junho de 2025

Utilização do Telemóvel em Visitas de Estudo no 1º Ciclo: Sim ou Não?

Os telemóveis, quando enquadrados em atividades a realizar durante as visitas, devidamente planificadas e supervisionadas pelos professores tendo em conta objetivos educativos, podem ser um importante recurso pedagógico.

Podem permitir que os alunos façam reportagens fotográficas, áudio ou video das observações ou descobertas, podem permitir a consulta de mapas ou a pesquisa de informação complementar sobre o que estão a observar, podem ampliar a participação ativa e a motivação dos alunos através do uso de aplicações educativas interativas ou desafios de exploração.

Neste caso, do meu ponto de vista, o telemóvel constitui uma oportunidade educativa e, por isso, deve ser permitido e até incentivado. O seu uso deve estar previsto no plano da visita, com objetivos claros e tarefas específicas a concretizar pelos alunos. As tarefas devem ser sempre acompanhadas pelos professores, que garantem o cumprimento das regras definidas. Fora dos momentos planeados, os telemóveis devem estar guardados e silenciados.

Por outro lado, se o seu uso for efetuado indiscriminadamente e sem regulação pode comprometer gravemente os objetivos e os resultados pedagógicos da visita. O acesso incontrolado a jogos, vídeos ou redes sociais podem desviar os alunos do foco da visita e do contacto com o espaço físico visitado, podem isolar os alunos prejudicando a comunicação, a observação, a exploração, a partilha e a socialização do grupo. Além disso, a troca de mensagens, chamadas e videochamadas constantes com familiares e amigos distraem os alunos, impedem o normal desenrolar da visita, enfraquecem a autonomia das crianças e dificultam a gestão do grupo pelos professores.

Neste caso, na minha perspetiva, o telemóvel constitui um problema educativo e, por isso, o seu uso deve ser restringido. Os encarregados de educação devem ser informados acerca dos objetivos e das condições do uso do telemóvel e sensibilizados para a importância de respeitar a autonomia dos alunos durante a visita.

Em suma, a utilização do telemóvel por alunos do 1º Ciclo, especialmente no contexto de visitas de estudo, é um tema que requer reflexão pedagógica e uma definição clara de orientações. Quando bem integrado, orientado e supervisionado, o telemóvel pode ser uma mais-valia educativa, pode potenciar a aprendizagem e proporcionar experiências significativas. Pelo contrário, pode comprometer o valor pedagógico da visita. O telemóvel deve ser uma ferramenta ao serviço da aprendizagem, nunca um fim em si mesmo ou um mero entretenimento. Só dessa maneira a Escola estará a garantir a qualidade das experiências proporcionadas fora da sala de aula, a reforçar as competências curriculares, sociais e transversais, e a garantir a segurança e o bem-estar dos alunos.

José Luís Carvalho
Professor do 1º Ciclo

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Projeto eTwinning "Together in Diversity" na EB1 da Boa-Fé

Entre novembro de 2024 e junho de 2025, os alunos do 1ºA e 1ºB da EB1 da Boa-Fé (turmas das professoras Sandra Borba e Sandra Sande) participaram no projeto eTwinning "Together in Diversity", juntamente com colegas de outros países (Turquia, Roménia, Malta e Espanha). 

O objetivo do projeto foi promover a diversidade cultural, incentivar a inclusão social e desenvolver competências de comunicação e colaboração.

Os alunos participaram em diversas atividades, desde workshops criativos e jogos tradicionais, a eventos dedicados à diversidade e à partilha de histórias culturais, destinadas a promover a diversidade cultural, a inclusão social e a colaboração entre os alunos.

A plataforma eTwinning proporcionou a estrutura ideal para aprender e colaborar num espaço educativo seguro e aberto, guiado por valores como a solidariedade, a empatia, a cooperação, o respeito e o envolvimento cívico.